terça-feira, 2 de agosto de 2011

Maioria dos brasileiros acredita que persiste discriminação racial no local de trabalho, revela IBGE


Desafio da promoção da igualdade racial será um dos temas debatidos durante oficina da Secretaria de Combate ao Racismo Nos dias 28 e 29 de julho a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT promove uma Oficina que reunirá em São Paulo os secretários e secretárias estaduais e os representantes dos Ramos.

A realização desta atividade acontece no momento em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa inédita que comprova uma realidade já conhecida: persiste a discriminação racial no local de trabalho e em outros setores da sociedade.

Isso porque segundo o estudo, 71% dos entrevistados citaram que é no trabalho o local onde a raça ou cor têm a maior influência na relação social entre as pessoas. Depois, aparecem as relações com a polícia/Justiça (68,3%) e o convívio social (65%).

A Pesquisa das Características Etnorraciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça foi feita em 15 mil domicílios de cinco estados (Amazonas, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Sul e São Paulo) e no Distrito Federal, em 2008.

“A divulgação desta pesquisa acontece em um momento oportuno porque estaremos realizando uma oficina nacional onde o ponto principal que vamos discutir é os efeitos que a discriminação ainda possui no mundo do trabalho e em outros setores da sociedade e que forma que a CUT pode se mobilizar para ter ações efetivas além das que vem sendo implementadas para combater a discriminação racial”, destaca Maria Julia Nogueira, secretária de Combate ao Racismo da CUT.

Para a dirigente CUTista, a pesquisa comprova que é preciso tomar medidas no sentido de superar o preconceito que se evidencia principalmente no trabalho. A organização e mobilização, elenca Maria Julia, são fatores fundamentais para que de fato se ratifique uma sociedade mais igualitária.

“Estamos avançando em questões que envolvem o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial, mas temos que ter em mente que há muita coisa para avançar e não vamos corrigir um problema de 200 anos em apenas 10”, classifica Julia.

A busca pela igualdade e o enfrentamento das desigualdades sociais fazem parte da história da CUT. Maria Julia cita como uma alternativa no quadro atual a conscientização do conjunto do movimento sindical CUTista para que se tenha a preocupação de durante as negociações da Campanha Salarial instituir clausulas de promoção da igualdade racial.

Durante a oficina, os dirigentes vão discutir os desafios atuais da agenda de combate á discriminação racial, tanto no âmbito das políticas públicas como no âmbito das relações de trabalho, estabelecendo ações para o próximo período. Além disso, haverá um debate sobre as ações para as Plenárias Estaduais e Nacional da CUT.